sexta-feira, 31 de março de 2017

a história do Henrique

 Henrique - 9 de Fevereiro - 3.470 grs

A cesariana foi marcada para o dia 8 de Fevereiro. Às 8h da manhã desse dia chegamos ao Hospital de S. João. De malas na mão, Sofia deixada na avó também com a sua mala, tudo preparado, tudo alinhavado. O médico apareceu e chamou-me. Pediu desculpa, disse que me tinha tentado ligar várias vezes (ligaram para casa da minha mãe, para o telefone fixo, ninguém ouviu), para me avisar que a cesariana tinha sido remarcada para o dia 9. Surgiram situações mais complicadas que a minha (a minha não era nada de especial, já conto) e, por esse motivo, tinha sido adiada. 
Chorei. Estava tão convencida que iria ser naquele dia, fiz todos os planos, organizei tudo para conhecer o menino no dia 8. Mas, e acredito que o destino assim o mandou, não iria ser.
Falando do parto marcado, a decisão de uma cesariana partiu do médico, uma vez que eu tinha tido uma cesariana há menos de 2 anos. Eu gostava mesmo, mesmo muito que fosse parto normal. Gostava que ele escolhesse o dia para nascer. Que a natureza comandasse esta missão tão maravilhosa. Obviamente que não me foi imposto, e eu poderia ter optado por parto normal. Mas o que fazer? Uma pessoa não quer que nada de mau lhes aconteça, não é? A eles e a nós, porque havia um risco de ruptura de placenta por causa da cicatriz recente. 
Bom, falando do dia 8. O que iríamos nós fazer o resto do dia? Fomos passear e ao cinema, ver o La La Land. Bom filme para um dia como aquele. Estivemos juntos, só os dois, a aproveitar o último dia da gravidez. Foi um dia bom, muito bom. Calmo. 
E voltamos a casa para dormir e novamente acordar às 7 da manhã. E voltamos ao hospital no dia 9, manhã bem cedo, fria, de chuva. E chamaram-me às 9h para começar a preparação. Avisaram logo que a previsão seria mais próxima da hora de almoço. Sentada, com soro de um lado e a companhia do meu marido do outro, aguardamos, pacientemente, a nossa hora. 
Às 13h42 nasceu o nosso menino. E eu voltei a ser mãe. E ele voltou a ser pai. E a natureza cumpriu a sua missão, nesse dia 9. 







quarta-feira, 29 de março de 2017

no news is good news

Pois é, e lá passaram cerca de 3 meses sem pôr os pés, melhor, mãos por aqui. O mais incrível, e para mim isto é um vírus qualquer, é o número de visualizações ser enorme. Mas bom, estou de volta.
E o que aconteceu entretanto? Bem, isso vai demorar um bom bocado a contar. Vamos fazer da seguinte forma: coloco por tópicos o que entretanto foi acontecendo e desenvolvo nos próximos posts. Sempre é um motivo para escrever tendo algum assunto para desenvolver. 
Segue o prometido:

1 - fui mãe de um menino no dia 9 de Fevereiro;
2 - Sofia está na fase do desfralde;
3 - casa nova quase pronta.

Apesar de escrever tão pouco, gosto muito de "estar" aqui. E saber que há alguém desse lado é gratificante. Até já. :)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Ter um filho dói

A Sofia nasceu de cesariana. Não tive quase nenhuma contracção, o dia foi mais ou menos definido com antecedência e na hora estipulada, depois de algumas tentativas para nascer de parto natural, fomos para a sala de operações. Em meia-hora tinha a minha menina nos braços, perfeita.
A dor que quero falar aqui não é esta dor, a do parto ou das contracções. É uma dor bem pior, bem mais lenta e sem qualquer anestesia ou epidural que lhe valha. É a chamada dor de amor. Pelos filhos.
Sempre evitei ver vídeos ou ler noticias tristes. Aliás, eu sou defensora que devia existir um canal só sobre felicidade, com noticias boas. Ou um jornal, sei lá. Não é querer fugir aos problemas, esquecer-me dos que sofrem ou não estar atenta às desgraças do mundo. Simplesmente, acho que nos devemos rodear de pensamentos positivos. E se antes até via um ou outro vídeo de histórias menos felizes, e falo principalmente sobre crianças, agora, que sou mãe, é que não consigo ver mesmo. Fica um nó na garganta, os olhos enchem-se de lágrimas, a emoção avança desmedida, o coração pula e pula de tristeza. É uma angustia tão grande que faço pause, fecho a janela e vagueio pelo Pinterest. Lá há sempre imagens tão boas.
Todos os dias, depois das 21h00, enquanto arrumo o cesto de roupa passada ou arranjo a roupa para o dia seguinte, passo por aquele quarto iluminado por um candeeiro com luz fraca e lá está ela, calma, serena, com os olhinhos verdes fechados e os caracóis a cobrirem-lhe o rosto. Entro, com pés em forma de penas, e afasto os seus cabelos para lhe ver o rosto. Não há nada mais belo do que ver um filho a dormir. Por vezes fico ali parada a absorver todo esse momento. Não sei o tempo que passa. Passa muito ou passa pouco. O tempo pára. E eu agradeço-Lhe.
 
Ter um filho dói. Dói tanto que não se consegue explicar muito bem que tipo de dor é esta.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

terça-feira e ainda não nos conhecemos

Todos os dias nos conhecemos um bocadinho mais e melhor. Não sabemos tudo um do outro, e ainda bem. Fica magia e curiosidade, palavras tão essenciais numa relação.
Não importa os anos que estamos juntos. Os que namoramos. Os que casamos. Cada dia amanhece e cada dia nos ficamos a conhecer. E quando a Lua aparece e o dia acaba deitamo-nos com a sensação que ainda temos tanto para descobrir, moldar, aprender. Quando olho para ele a dormir, é quase como quando olho para a minha filha: gosto tanto de ti e ainda nada sei. E ainda bem que assim é.
Obviamente que há situações e sentimentos que antecipamos, percebemos. Mas assim como os dias não são todos iguais, também a vida e os obstáculos que nos colocam também não. E é aí, nos degraus que subimos e descemos no dia-a-dia que nos vamos conhecendo e aperfeiçoando.
Devemos escolher alguém para estar ao nosso lado que nos traga paz. Alguém que nos tenha visto chorar, chorar a sério, e nos tenha dado o ombro e aquela palavra capaz de parar os soluços e o ranho que por vezes escorre do nariz. Que nos tenha dado alento ou então aquela palavra mais severa mas tão essencial.
Todos os dias nos conhecemos um bocadinho mais e melhor. Não sabemos tudo um do outro, e ainda bem!

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

segunda-feira

Apaziguar a alma e a vida. Deixar entrar este início de semana com um sorriso, com uma atitude positiva. Permitir que o sol que S. Martinho nos oferece aqueça as mãos frias e a pele cansada. A semana passada foi repleta de desafios. Não muito bons. Doenças da mais pequenina, as chamadas viroses. Nada me assustam estas viroses que ela ganha. O que me assusta mesmo, é ela ser a menina mais difícil de tratar. Não comer e, principalmente, não beber o que deveria beber. De resto, tudo normal.
Apaziguar a alma e a vida. Lembrar-me que dentro de mim cresce um outro pequenino. Que me esqueço tantas e tantas vezes dele. Que prometo tirar fotos à barriga durante esta semana e escrever sobre este segundo maravilhoso momento.
Apaziguar a alma e a vida. E agradecer Àquele em quem confio e deposito, todos os dias, os meus maiores receios. Saber que Ele está lá, sempre, ao meu lado, ao nosso lado.
 


O nosso frigorigfico colorido com as folhas de Outono que apanhamos no jardim. No meio dos animais...
 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Sobre os filhos, as relações, os dias difíceis e os dias assim assim

Sempre fui muito romântica. Via o mundo pintado de cor-de-rosa, com pinceladas de um arco iris que me acompanhava em todos os momentos. Sonhava com o casamento e filhos. Achava que iria ter sempre paciência para tudo e para todos. Que os dias seriam passados numa parva e saudável felicidade. Estão a ver aqueles anúncios na televisão onde está tudo feliz, bonito, mesas carregadas de boa comida, miúdos bem comportados, pais apaixonados? Pronto. Era assim que eu imaginava a minha vida. Tretas. Só tretas. Se não é a sopa da mãe ou da sogra e uma comida aquecida, bem que passávamos a semana a pizzas.
Ter filhos e manter uma relação de amor é um desafio. Nem sempre concordamos em tudo o que diz respeito à educação dos filhos. Há discussões, acertos, conversas chatas, opiniões distintas. Todos os dias nos é apresentado um desafio. Normalmente, um desafio difícil, daqueles problemas matemáticos que eu tinha de resolver na escola quando na verdade só me apetecia fazer poemas, composições e analisar Camões.
Se vale a pena? Claro que vale. Sabemos que vale a pena quando a vamos buscar à cama de manhã e sorri para nós. Ou quando nos estende a mão para a agarrarmos. Ou quando nos abraça. Sabemos que vale a pena quando ele, no meio dos lençóis, estende o pé para tocar no meu. Ou quando me abraça. Ou quando fazemos piadas sobre as situações e nos rimos juntos, em gargalhas que libertam a tensão. Sabemos que vale a pena quando sinto os pontapés na barriga deste rapaz que cresce dentro de mim. Quando ela nos pede para desenharmos o mano. Quando sabe e nunca mais se esqueceu do seu nome.
 
Seria ingrata se me queixasse da vida que tenho. Seria. Mas só peço um bocadinho mais de paciência naqueles momentos em que apetece atirar tudo às urtigas. Quando as urtigas nos picam, se colam nas nossas costas. Quando deixamos que a voz suba de tom. Nesses momentos, talvez um banho quente, um pijama lavado, um chá de camomila ajudem. É isso. É precisamente isso que vou fazer da próxima vez. E ouvir Minta & The Brook Trout.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O desespero das viroses: o início?

Foram 5 dias, apenas 5 dias. Mas pareceu-me 1 mês. Na quinta à noite a Sofia estava a arder em febre. Liguei ao pediatra que me disse para aguardar 24 a 48 horas e ir controlando. O Ben-u-ron parecia não fazer grande efeito. Os paninhos de água fria na cabeça iam aliviando, a temperatura dela e o nosso desespero. Começou a comer menos, muito menos, e era difícil beber alguma coisa. Sábado acordou bem disposta, brincou, comeu. À tarde voltou a febre e na madrugada de domingo retomaram as temperaturas altas. Domingo fomos ao hospital e tivemos o diagnóstico: nada de otites, amigdalites, infecções urinárias. Era uma afta na garganta. Viroses. As chamadas viroses que sempre desconhecemos, pois a miúda nunca nos tinha ficado doente.
A febre desapareceu. Ficou a tosse, muita tosse, falta de apetite e a má disposição para tudo. Só queria “nanar”, como ela diz, e dormiu horas, enquanto nós, um pouco desorientados, só queríamos que ela estivesse a fazer as asneiras do costume. A somar a isto, temos uma criança que recusa tudo o que é necessário fazer para ficar boa: medicamentos; soro; água do mar; supositórios; aspiração; termómetro; banho…ufff.
Hoje, à semelhança do dia que acordou bonito e com sol, também ela acordou melhor e nos fez sentir melhor. Bebeu o leite e tudo. Decidi deixá-la no infantário. A ver se a convivência a faz arrebitar um bocadinho.
No meio destes longos 5 dias, tive momentos maus. A inexperiência faz-me sentir perdida. Eu sei, claro que sei que as crianças ficam doentes e que, provavelmente, todos vocês já tiveram situações idênticas, ou piores. Mas senti-me tão inútil. Ainda para mais com uma barriga gigante e um bebé tão pequenino dentro dela a pedir-me descanso.
Está tudo mais calmo, muito mais calmo. Voltar à rotina dos dias ajuda. Agora é esperar que o apetite dela volte e os lápis de cor voltem a voar pela casa.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A home to live. A home to smile.

Eu não quero uma casa perfeita, sem riscos ou risos das crianças, sem brinquedos pelo chão, sem pequenas migalhas. Eu não quero uma casa de revista, sempre impecável, sempre limpa, sempre organizada. Não quero porque: isso nunca será possível com crianças em casa; isso não é o meu lema de vida; isso só existe no instragram, facebook e revistas.
Eu quero uma casa onde se viva. Onde se ouçam gritos e cantorias dos mais pequenos. Onde na cozinha tenha um quadro de lousa para os mais estranhos desenhos e recados. Onde nos chateemos e façamos as pazes. Onde os miúdos possam correr, brincar, chorar, gritar, dormir, repousar. Onde plantemos todos juntos plantas nos vasos e as reguemos, como se ao amor estivéssemos a dar de beber. Onde exista cheiro a grelhados da churrasqueira. Onde se coloque a abóbora no muro no dia 31 de Outubro e as velas para a procissão no dia da festa. Onde possamos todos ser felizes, muito felizes. Sem complicações. Sem exigir muito dos outros nem da casa.
 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

ela não gosta de tomar banho

Minha filha tem 20 meses e nunca gostou de tomar banho. Quando leio frases como “o banho deve ser um momento divertido e relaxante” fico a pensar que lá em casa é tudo menos isso. Até entra na banheira. Mas mal se apercebe que lhe vamos dar banho, grita, esperneia, chora, faz trinta por uma linha para sair dali. Por enquanto não se magoou, mas se continuar assim pode mesmo magoar-se a sério ao tentar fugir do banho. Tenho a sorte de ter sempre o meu marido por perto que a segura (agarra) e lhe dá banho, pois eu com esta barriga já não consigo.
Já tentei muita coisa: esquecer o chuveiro; dar-lhe noutra casa de banho; comprar uma base de chuveiro linda cheia de bonecas e flores; levar os patos. Pratico uma espécie de mindfullness naquele momento, tentando abstrair-me da gritaria, passando-lhe as mãos calmamente pelo corpo. Mas nada, nada resulta.
O que leio na internet é quase sempre relativo a crianças maiores. Não encontro nada sobre esta idade.
Por isso, se houver por aí histórias semelhantes, dicas, soluções, serão muito apreciadas por esta mãe em desespero.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

a minha gravidez #20 semanas

Esta semana trouxe-nos a certeza que está tudo bem, comigo e com o bebé, e que é um menino.
Nesta segunda gravidez, a barriga fez-se notar muito mais cedo e igualmente cedo deixei de usar a minha roupa habitual. Salvaram-me os vestidos que tinha e umas blusas largas. Comprei umas calças de grávida pela primeira vez, mas hoje já noto que me apertam. E se por norma não gosto de roupa apertada, então estando grávida detesto. Vestidos, eu gosto muito de vestidos e por isso andei à procura de alguns. Porque isto ainda vai a meio...
Encontrei estes que gosto, todos da Zara.