segunda-feira, 28 de abril de 2014

Demos as mãos e fomos. As viagens que fazem parte da nossa vida.

Tenho andado para aqui a pensar numa série de posts sobre as viagens que fiz com o meu marido desde que nos conhecemos. Dos sítios que percorremos juntos, das histórias que foram criadas, das experiências e das fotos que tiramos. Tenho andado para aqui a pensar que era importante para mim que ficasse escrito os países por onde passamos e sobre as diferentes culturas que conhecemos.
Fiz a lista direitinha dos sítios todos. Coloquei os países, depois as cidades. Agora é só pegar na primeira cidade, aquela onde tudo começou, aquela que viu nascer este amor, e poetizar a minha escrita. É começar a escrever sobre a noite gelada que aqueceu a nossa vida, sobre a chuva constante que limpou a nossa alma, sobre a escuridão nocturna que iluminou o nosso caminho.
Será sobre Braga, a minha primeira história. Foi em Braga que começou a nossa viagem. Mas isto ficará para um próximo post.

Andorinhas surfistas

Nas palavras de Miguel Esteves Cardoso:

"Abre a alma ver estas caligrafias de voo, inteiramente imprevisíveis, escritas pelas aves mais próximas dos nossos corações.
Lê-las é viver outra vez. Abençoadas sejam."



quinta-feira, 24 de abril de 2014

Hoje sinto-me má

Não sei se por causa desta chuva que não pára aqui para os lados do Porto. Se pelos trovões que se fizeram sentir de madrugada. Se pela temperatura mais baixa que o normal para a época.
Hoje sinto que sou capaz de dizer tudo, a toda a gente, sem sentir qualquer remorso, ou sentimento de culpa ou ter muito cuidado na linguagem (sempre com respeito, atenção).
Hoje sou capaz de dizer não, quando me mandarem fazer coisas dos outros, quando esses outros estão claramente a borrifar-se para isto.
Hoje digo que façam eles, caramba, que não estou aqui a trabalhar sozinha no open space.
Amanhã é que é o 25 de Abril, mas hoje já começo a sentir o sentimento de liberdade que me está a atravessar o corpo e a mente, numa repulsa pelo comodismo, pela procrastinação, pela crítica a tudo.
Amanhã é que se comemora a revolução, mas hoje já começava a minha.


| projecto casa – ideias a ter em conta que isto agora é mesmo a sério | 13














quarta-feira, 23 de abril de 2014

Hoje é dia de festa, cantam as nossas almas...

Hoje o dia amanheceu bem bonito. Faz quase lembrar o dia do nosso casamento. Sol, um fresquinho matinal, nuvens que ganham formas a cada instante puxadas e moldadas pelo vento.
Hoje é quarta, mas é como se fosse quinta.
Hoje faz 1 ano que criei este blogue.
Assim de repente não me lembro de nada mais importante do que agradecer a todos os que estão aí do outro lado. Obrigada por me lerem. A sério. Do fundo do coração. Porque por mais que se diga que isto é pessoal, que é, e que escrevemos para nós e coisas nossas, que escrevemos, na verdade gostamos sempre que nos leiam, que comentem. Não há nada melhor do que receber feedback. Bom ou mau, não importa. Porque às vezes também é bom ouvirmos críticas, para melhorarmos e aperfeiçoarmos a técnica.
Hoje faz 1 ano que criei este blogue e espero continuar aqui, eu e vocês, por muitos mais anos.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Confissões #2

O meu gosto por cadernos vem de há muito tempo. Compro porque são diferentes, porque têm um cheiro diferente do último que comprei, porque acho que as folhas deste é que são folhas altamente para escrever.
Sempre que vou a livrarias perco mais de 15 minutos a olhar, abrir, cheirar. Encontro sempre diferentes, o que me deixa ansiosa e com vontade de trazer um novo. Quando os estou a comprar, acho sempre que os vou encher de textos, memórias. Mas na verdade nunca chego a encher mais do que 3 ou 4 páginas até encontrar outro.
O que mais me aborrece, é nunca conseguir acabar os cadernos. É não escrever tanto como gostaria.
Basicamente, acho que faço colecção de cadernos. É isso.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

E porque hoje é quinta, mas é como se fosse sexta #2

so•nho |ô| so•nho |ô|
(latim somnium, -ii)
substantivo masculino
1. Conjunto de ideias e de imagens que se apresentam ao espírito durante o sono.
2. [Figurado] [Figurado] Utopia; imaginação sem fundamento; fantasia; devaneio; ilusão; felicidade; que dura pouco; esperanças vãs; ideias quiméricas.
3. [Culinária] [Culinária] Bolo muito fofo, de farinha e ovos, frito e depois geralmente passado por calda de açúcar ou polvilhado com açúcar e canela. = FILHÓ, FILHÓS
Plural: sonhos |ô|.

"sonho", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/sonho

 
Sempre fui muito sonhadora. Sonhava acordada, nos muitos tempos livres que tinha quando vivia na aldeia. Sonhava acordada tanto quando era Inverno, e o tempo não nos permitia brincar na rua, como quando era Verão, e as brincadeiras prolongavam-se noite adentro, até ouvir a voz alta e zangada da minha mãe pronunciar o meu nome que parecia fazer eco na aldeia. Sonhava acordada quando a minha mãe me obrigava a dormir a sesta naquele divã velho e azul exposto na sala onde as minhas tias costuravam, como quando chovia dias e dias seguidos e ficava dentro de casa a inventar jogos para mim e para o meu irmão.
Na primária sonhava com o quinto ano. Na escola básica sonhava com a secundária. Depois com a universidade. Sonhava que percorria o mundo num comboio velho de mochila às costas. Sonhava que entrava numa igreja de braço dado com o meu pai e vendo ao fundo o meu futuro marido. Sonhava com um emprego das 9 às 6. Sonhava em ser actriz. Cheguei a sonhar pertencer a uma companhia de circo. Sonhava em ser missionária em África. Sonhava em ser poeta. Sonhava em ser mãe de muitos filhos. Sonhava em ser escritora de contos para crianças.
A minha mãe, no alto da sua practicidade, dizia-me sempre para nunca tirar os pés da terra. Mas eu, que fingia não ouvir, voava sempre, de pára-quedas para o tombo não ser grande. Mas ía longe, muito longe.
Acreditei sempre que o mundo era maior do que aquele cantinho perdido no vale do rio. E ainda bem!
Sou e sempre fui assim, sonhadora. Não quero nunca deixar de o ser. Porque apesar de saber que muitas das coisas não são concretizáveis, outras são, à custa de muitas horas de sonhos e planos e persistência.


terça-feira, 15 de abril de 2014

Aquele dia, aquela noite, aquelas noites e os dias seguintes


Aquele dia, aquela noite, aquelas noites e os dias seguintes, foram um sonho que jamais pensei viver.
Conhecer-te, assim no acaso da vida, assim sem contar nem estar a pensar, assim de repente.
Foste uma estrela cadente num céu limpo e raiado de luz . Um arco-íris numa tarde à semana depois da chuva cair na terra com cheiro a seca. Um cometa a passar tão perto da terra que me levou com ele numa viagem pelo espaço. Um balão cheio de ar quente para o qual quis subir sem saber para onde me levava.
Sorriste para mim. Caminhamos os dois com a noite a ameaçar chuva e a temperatura do relógio da farmácia a marcar -5 graus.
Sorri para ti. Trocamos nomes, terras, profissões, trabalho, gostos. Dançamos, mesmo não gostando de dançar ou não sabendo dançar. Dançamos e esquecemos tudo o resto à nossa volta. Juntamos as mãos; abraçamos os corpos; olhamos e vimos e interior de cada um; demos gargalhadas; pisamos os pés um do outro; rodamos e bailamos na pista ao som de músicas que nem me lembro; falamos ao ouvido; trocamos olhares cúmplices, sem nunca tocarmos os lábios.
Depois disso, bem, depois disso foi viver cada dia da forma mais descontraída, calma e romântica quanto se quer. Foi viajarmos, fazermos planos, prepararmos o futuro, dizermos sim. Foi aprender que cada dia é especial, que às vezes há dias que não são tão bons e que vale sempre a pena esperar, tentar e nunca desistir de ser feliz.
Das muitas músicas que dançamos naquela noite, lembro-me só desta, que dizia: “Faz-me rir e eu prometo que não te faço chorar, trata bem de mim e eu bem de ti vou tratar”.
Aquele dia, aquela noite, aquelas noites e os dias seguintes são um sonho que continuo a viver.


imagem daqui


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Confissões #1

Não sei cozinhar. A sério, não sei mesmo cozinhar. Sei ler receitas e seguir à risca o que dizem os livros da Bimby. Sei colocar o Ipad na mesa da cozinha e ler, passo a passo, para que nada falhe.
No entanto, a cozinha é o meu espaço preferido da casa. Perco-me em imagens de decoração de cozinhas. Sou capaz de ficar horas a ver programas de culinária na televisão. Leio e releio blogues de comida e fico sempre a pensar: como é que elas fazem?
A minha mãe é uma cozinheira extraordinária. Não é mulher de quiches, ou canapés. É mulher de feijoadas, cozidos, cabrito assado. Toda a vida a vi cozinhar, mas nunca tive vontade de participar. Preferia sempre tratar da mesa. Apanhar flores do campo para colocar numa jarra. Fazer guardanapos individualizados na máquina de costura. Limpar os copos até ficarem a brilhar. Alinhar as cadeiras com os pratos. Esperar que os convidados chegassem. Esta parte eu adorava/adoro. Estar à mesa a conversar também gosto muito.
O facto de me meter medo estar na cozinha, faz com que não convide tanto como gostaria de convidar.
Talvez tenha de começar, errar, voltar a fazer. Mas sem nunca desistir. Convidar, experimentar, meter as mãos na massa e deixar que o coração dê tudo aquilo que quer dar e que a alma se acalme no momento de avançar para os tachos.
Tenho a sorte de ter um marido que gosta da cozinha e que muitas e muitas vezes faz deliciosos pratos. Uma jóia de moço, é o que vos digo.
Talvez a solução esteja nisto: ele trata da comida e eu da decoração da mesa!
Olhem que isto de confessarmos o que nos vai na alma ajuda...

E porque hoje é sexta #1


fe•li•ci•da•de
(latim felicitas, -atis)
substantivo feminino

1. Concurso de circunstâncias que causam ventura.
2. Estado da pessoa feliz.
3. Sorte.
4. Ventura, dita.
5. Bom êxito.

a felicidade eterna
• A bem-aventurança.

"felicidade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/felicidade

Aproveitar o fim-de-semana para descansar, cortar o cabelo, levar o Freddy ao veterinário, ler ou começar a escrever qualquer coisa. Aproveitar os dois dias que se seguem para relaxar, caminhar por um sítio novo, tirar fotografias com a máquina a sério (que isto do telemóvel até nos faz esquecer a nossa máquina grande e pesada). Aproveitar a Primavera que decidiu finalmente chegar para passar mais tempo na aldeia, abraçar a prima Inês, apanhar e trazer para a cidade tudo o que a terra nos dá, ouvir o sino da capela a chamar para a missa de sábado à noite.
Saudades tuas, é o que vou sentir. Muitas.

imagem daqui

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O amor nunca caberá num post

E muito dificilmente dentro de todo o nosso ser. Porque o amor é mais do que simples palavras. É mais do que uma simples palavra.
Quando revejo em rápidos frames o nosso percurso, sei que demos todos os passos certos lado a lado. Sei que falamos a mesma linguagem. E sei que juntos tivemos, temos e teremos os mesmos sonhos.
Pequenos gestos e pequenas lembranças dão o impulso exacto para subirmos todos os dias mais um degrau. Degraus esses que me fazem sempre lembrar a árvore de feijões do João, que subiam até ao céu.
Não possuo fórmulas secretas. Não tenho ensinamentos assim tão grandiosos para dar. Mas sei que a base de tudo reside na confiança, no respeito, no carinho e da delicadeza com que tratamos muitas das situações. No querermos que aquela pessoa seja tão feliz quanto nós.
Talvez eu nunca consiga escrever sobre o amor. Mas talvez consiga demonstrar sempre o meu amor.


imagem daqui