sexta-feira, 31 de outubro de 2014

partir para poder chegar, ter menos para poder ser mais

Não teria nunca a coragem de largar tudo e viver despegada de muita coisa. Por mais que acredite na ligação que o nosso corpo tem com a natureza, mãe da criação, faz-me falta o bulício da cidade e só algumas vezes o bucólico do campo. A minha história é, até, bem ao contrário: sair da aldeia para uma cidade.
Mas isso não significa que não concorde com muitas das coisas que o campo e a aldeia nos dão. Como a paz e serenidade que encontramos num simples nascer do sol, ou no cantar do galo bem cedo.
Esta família que encontrei aqui fez isso mesmo. Partiu para poder chegar onde pouca gente consegue. Decidiu ter menos para poder ser mais, ser mais livre, despreocupada, desprendida.
"Toda a escolha é uma despedida”. Sempre que escolhemos um caminho, despedimo-nos de outro. Outro que não seguimos. Outro que optamos por não tomar.
Agora que a vida nos vai trazer um novo ser para criarmos e cuidarmos, dou por mim a pensar o quanto quero que esta criança seja feliz. O quanto eu acho que é importante passar-lhe os valores mais simples mas às vezes os mais difíceis. O quanto eu quero que ela brinque, brinque e volte a brincar, porque foi assim que eu tive a infância mais feliz de todas.
“(…) queremos que nossos filhos tenham a oportunidade de crescer respeitando a natureza (dos bichos, plantas e, sobretudo, dos homens) e com valores enraizados na simplicidade, verdade, honestidade e amor, muito amor. Sentimos que eles (e todos os outros que virão vida afora!) são crianças de espírito livre, cheios de luz e consciência. Obrigá-los a crescer na cidade, enjaulados em apartamentos, moldados pelo consumismo social e submetidos à uma educação tradicional nada inteligente seria, de alguma forma, negar toda a essência desses dois serzinhos (…)”.
De repente, é como se o relógio deixasse de ser regido pelos ponteiros sociais e diminuisse a velocidade para uma batida natural, calma e muito pessoal. A batida da felicidade.
No sítio onde vivemos, no sítio onde decidimos viver, temos de encontrar esta batida natural, este compasso bem marcado e não permitir a vida descompassada.
No sítio que estamos a construir para viver, os três, por enquanto, teremos de equilibrar este barulho dos sons que uma cidade liberta com a paz de um sorriso ou gargalhada. Com um pequeno-almoço no jardim, naquele espaço pequeno mas grande em valor que decidimos deixar ficar para que os teus primeiros passos sejam dados ali, quem sabe não gostes de ali correr descalça como a tua mãe tanto gosta.
Porque mais que o sítio, são as pessoas que fazem e trazem a felicidade ao nosso coração.
 
 
 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Compras para a nossa menina #1

Agora que sei que está tudo bem, aliás, sempre teve, que levamos 22 semanas no corpo, que a ecografia morfológica nos transmitiu muita paz e tranquilidade, que sabemos que é uma menina, começo a perder-me em sites e roupinhas e brinquedos. Na verdade, não me identifico com a maior parte das coisas que vejo. Gosto da descontracção, com poucos laços e pouco cor-de-rosa. Gosto de brinquedos simples. E tenho tendência para as cores neutras.
Já temos um berço, lindo, branco, emprestado por uns amigos. Por isso, com grande significado (para mim, que gosto sempre das coisas com significados).
A avó e a tia gastam horas a bordar e a fazer casaquinhos e vestidos de lã. Temos lençóis também bordados e personalizados.
Fiz uma lista do essencial, para não me perder muito e perceber o que necessita um bebé nos primeiros tempos.
Andamos serenos e felizes. A minha gravidez também tem sido mesmo assim: serena e feliz.
Estas peças maravilhosas foram feitas pela dupla avó/tia. A minha cunhada apelida a colecção de Puqui. E por isso, assim seja. Apresento-vos a roupinha da marca Puqui:
 





No site A Venda, encomendei o Rabbit Mailed e o Bunny Mini Light Girl.
 


 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

dizem que vai ser uma menina

E que está tudo bem com ela! É linda e vive há 21 semanas dentro da barriga de sua mãe.
A médica apelidou-a de perrioqueira, tal era a animação que sua alteza se encontrava.
Continuo sem perceber muito bem o que é isto dela se mexer. Digamos que estava à espera de pontapés, e apenas sinto uma espécie de rebentamento de bolhas. Se calhar é mesmo isto e os pontapés são depois. De resto, tem dado uma gravidez santa à senhora sua mãe.
Aqui está ela. Apresento-a ao mundo:
 
 

terça-feira, 21 de outubro de 2014

36 anos

Os meus pais fazem hoje 36 anos de casados. 36. O dia, segundo a minha mãe, está igual. Sol, calor (talvez não estivesse tanto). Ela diz que quando acordou sentiu aquele vento da serra. Aquele vento quente a adivinhar um dia que seria, isso eu sempre ouvi dizer, inesquecível. Na altura os casamentos eram em casa. Foi no quintal da minha avó, mãe dela. As cozinheiras repartiram-se entre algumas tias minhas (irmãs da minha mãe) e amigas. 3 pratos foram servidos e outras tantas sobremesas. Tudo muito bem regado. Estavam mais de 100 convidados, não sei se 110. Foram feitas mesas de madeira, daquelas compridas e corridas, toalhas brancas, compraram-se pratos, copos e talheres. Brindou-se à vida dezenas de vezes e o casamento acabou já o céu se encontrava completamente carregado de estrelas. Durante 3 dias os meus pais foram jantar a casa dos meus avós para comerem os restos do casamento.
Os meus pais fazem hoje 36 anos de casados. 36. E foram raras as vezes que os vi discutir. Se hoje acredito no casamento e na vida feliz a dois, é graças a eles e a tudo o que assisti enquanto vivi lá em casa. Se existiram dificuldades? Existiram. Muitas. Mas aqueles sorrisos na cara todos os santos dias, aquele optimismo que sempre tiveram, aquela força de trabalho que nunca os abandonou, ensinaram-me a ver tudo do lado positivo. Ensinaram-me que com pouco podemos fazer muito.
Os meus pais fazem hoje 36 anos de casados. 36. E eu respeito-os muito por isso. E fico feliz por sabê-los felizes.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Lado a lado e uma vida inteira pela frente

Juntos, estamos a construir uma vida, a trilhar um projecto. Juntos, estamos a tentar ultrapassar as dificuldades que nos surgem e a festejar os momentos bons que aparecem. Juntos, temos uma casa a ser construída, empregos onde temos de estar das 9h00 às 18h00, família a quem devemos dar atenção, amigos com quem vamos jantar e outros que dão força e apoio ao nosso projecto casa. Juntos, desde aquela noite muito fria de Dezembro, desde a primeira vez que demos as mãos, que temos tentado ser sempre um bocadinho mais felizes e fazer o outro mais feliz.
O pequenino que tenho dentro de mim, de vez em quando lembra-me que não estamos mais sozinhos, que daqui a mais ou menos 4 meses fará parte da nossa vida. Que à conta que até agora era feita como uma soma de 1+1, vai ser agora adicionada uma pessoa, uma pessoa muito, muito pequenina.
Nisto das relações, nisto do dia-a-dia, nisto da monotonia que são muitos dos dias que temos e nas adversidades dos outros tantos, há o amor. O nosso amor. E há a certeza, a certeza absoluta, que temos vindo a tomar as melhores decisões. E esperar que a fé e a sorte caminhem sempre ao nosso lado.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

fotografias do nosso bem pequenino

A Sónia é daquelas pessoas mesmo queridas, fofinhas, que dá vontade de abraçar. E, quando vemos o resultado final do seu trabalho, dá vontade de a abraçar forte e agradecer.
A Sónia já fotografou uma espécie de despedida de solteira que fiz, onde convidei todas as minhas queridas amigas e damas de honor.
E chegou a vez de fotografar o nosso bebé.
Como sei que ela tem sempre uma agenda preenchidíssima, já a contactei para que reservasse uma data ali entre meados ou fins de Fevereiro de 2015.
Se tudo correr bem, teremos fotos incríveis para mostrar. Fotos que transmitem tanto de um ser tão pequenino mas que a Sónia consegue transformar em grandioso.
Visitem o trabalho dela. Vale mesmo a pena. Porque ela é mesmo uma querida, acreditem! :)
 
 




as casas de banho

Serão brancas, com aquele aspecto clean, nórdico. Com pouca coisa. Porque muito é pouco.










segunda-feira, 13 de outubro de 2014

o Ikea sabe

Sejamos francos, é maravilhoso ser mãe ou pai pela primeira vez, mas também é um pouco assustador. Por isso os nossos berços são rigorosamente testados para garantir que estão de acordo com os padrões mais exigentes do mundo em termos de segurança. Têm todos rebordos arredondados e grades com espaçamentos seguros – e são feitos de materiais e acabamentos não prejudiciais. Além disso, os nossos berços adaptam-se ao seu pequeno que cresce a olhos vistos. Para que também possa dormir como um bebé.

 
E nós temos de dar um saltinho para vermos o berço e banheira e coisa e tal...
Já escolhemos a cadeirinha e o ovinho (que serão da Britax e agradeço a quem tenha experiência nestas coisas que fale de sua justiça).
Dividimos este tempo com as torneiras, sanitas e bases de duche que estão já escolhidas.
E ainda nos resta tempo para vermos soalhos e qual a madeira que queremos pisar durante muitos e bons anos.
Se isto não é organização, então não sei o que é! :)
 
Entretando, vou tirando ideias:
 






 

as hormonas

Impossível tentar compreendê-las, corrigi-las, alterá-las, evitá-las, porque elas, essas malvadas, aparecem sem pedir permissão.
Fica-se triste, outras vezes mal disposta, às vezes com mau feitio.
Fica-se a pensar porquê, quando é que se afastam de nós, quando é que nos deixam em paz para que possamos, com calma e de cabeça caída, pedir desculpa a quem possamos ter magoado, a quem tenhamos dito coisas menos boas ou, pior que isso, a quem não tenhamos dito nada do que era pedido.
A chuva, o frio, o facto de ser segunda-feira, não podem servir de desculpa para isso.
Há que erguer a cabeça, agradecer pela vida que temos, abraçar quem amamos, pedir desculpa e ser humilde, e esperar que a felicidade do costume e que está sempre presente em mim, consiga irromper aquela nuvem mais cinzenta e fazer brilhar algum raio de sol.
É o inicio de uma nova semana. E tanto ainda vai acontecer. Desde o curso de Mandarim que vou começar hoje às 20 semanas que o nosso bebé vai fazer.
É a vida a correr. É a nossa vida a correr.
 
 
 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Ter orgulho de quem fez/faz muito por nós

Agora que estou grávida, e apesar de ainda não ser mãe a sério, começo já a pensar e interiorizar que o papel de pais vai desde o muito desafiante ao preocupante.
Agora que estou grávida, imagino que educar um filho não será fácil. Transmitir-lhe tudo aquilo que temos, que somos, que nos ensinaram e que queremos para ele, ou ela, vai ser uma tarefa para a vida.
O mais importante para mim é que seja uma criança feliz. Porque quando somos felizes, tudo se torna mais fácil.
A minha infância foi assim mesmo, feliz. Fui criança a sério. A imaginação tratou de arranjar tudo aquilo que não tive. Nunca tive uma Barbie, um Nenuco, uma casa de bonecas. A primeira bicicleta era azul, bem de rapaz, velha, e foi dada por uns tios. No Natal recebia um presente. Um. Durante o resto do ano, divertia-me na rua, com muitas crianças, muito barulho, muita traquinice.
E apesar de não ter recebido muitos brinquedos (e achar que agora até se recebem brinquedos a mais), nunca isso foi um entrave para a felicidade de ser criança. Recordo, com saudade e nostalgia, todos os momentos que vivi naquela aldeia assente num vale. Os meus pais, à maneira deles, deram-me a liberdade que eu necessitava para “viajar” no meu mundo. Ensinaram-me palavras tão importantes como respeito, dever, obrigação, estudo, dedicação. E eu agradeço-lhes por tudo aquilo que sou hoje. Porque mais importante que o dinheiro ou bens materiais foi a capacidade que me passaram de ser uma mulher valente, destemida, que não desiste de ser feliz e fazer os outros felizes.
 
 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

18 semanas

Compramos-te o primeiro livro e a primeira prenda, desde que sabemos que existes.
Sabemos que não o irás ler tão cedo, mas os poemas que nele vivem serão lidos e relidos ao teu ouvido, para que nasça em ti o mesmo gosto que a tua mãe tem pela poesia e a mesma paixão que o teu pai tem pelos livros.
Agora, que o teu primeiro livro está comprado, podemos seguir para o resto. Tudo ainda falta. Mas há tempo. Só não falta é amor e a vontade de te ver novamente daqui a precisamente 21 dias.