a·ce·le·rar
(latim accelero, -are)
1. Tomar gradualmente mais rapidez.
2. Aumentar a velocidade ou a rapidez. = APRESSAR, APRESSURAR
3. Diminuir o tempo de espera ou de duração. = ABREVIAR, APRESSAR
4. Tornar mais intenso ou mais estimulado. = ACTIVAR , ESTIMULAR, INTENSIFICAR
7h00, acordar. Abrir a persiana e deixar entrar os primeiros
raios de sol. Espreguiçar, agradecer pela vida, parar 1 minuto para meditar. Ir
para a cozinha preparar o pequeno-almoço. Mesa posta de véspera, bonita, com
toalha de linho e louça branca, flores numa jarra. Os 3, naquele silêncio que é
necessário pela manhã. Sem televisão, com a primeira luz a acompanhar as
primeiras palavras do dia. Tomar banho, rápido, um duche. Espalhar creme pelo
corpo, não esquecer o rosto que precisa urgentemente de um anti-rugas, um bom
anti-rugas. Vestir uma roupa bonita, pensada, e não a primeira que nos aparece
à frente. Passar levemente um pó pela cara, um pouco de perfume. Noutros dias,
colocar aquele baton vermelho.
8h00, sair. Deixar a pequenina na avó. Saber que ela fica
sempre bem. Conduzir calmamente até ao trabalho.
8h30, café. Tomar o primeiro café da manhã. Começar a ler
emails, responder, reencaminhar. O tempo passa, o trabalho fica feito.
16h00, voltar a sair, desta vez para casa. Ir buscar a
pequenina, dar-lhe o lanche. Lancho eu também. Ir passear pelo bairro com ela.
Comprar pão quente. Voltar a casa. Começar a preparar o jantar. Pensar em
coisas boas, apetitosas. Cozinhar. Gostar de cozinhar.
18h00, o marido chega. Beijinhos e interrogações sobre como
correu o dia.
19h00, dar banho à pequenina. Vestir-lhe o pijama, dar-lhe o
leitinho e com um beijinho a deitamos.
19h30, agora nós. Banho relaxante, muito rápido, deve servir
apenas para retirar “o dia” de nós e permitir que entre “a noite” em nós. Os
dois na cozinha, um copo de vinho na bancada, forno ligado e o jantar quase
pronto.
20h00, jantar. Silêncio, sem televisão. Falamos sobre o dia,
sobre o próximo dia, sobre preocupações e suas soluções. Apertamos a mão um do
outro e renasce a esperança que precisamos.
21h30, sofá. Agora sim, a televisão. As nossas séries
preferidas, outras vezes programas que puxamos para trás.
22h30. Deitar. Ela dorme. O anjinho dorme bem à noite. Só
acorda às 7h00, hora em que tudo o que escrevi recomeça.
E assim a vida é completa.
(vamos, por uns instantes, esquecer que no meio desta agenda
existe o lavar roupa, estender roupa, passar a ferro, lavar louça, não ter
grande experiência na cozinha, não saber o que fazer quando ela chora, apanhar
os brinquedos do chão que ela insiste em atirar, mudar fraldas, limpar vómitos,
não conseguir secar o cabelo porque ela tem medo do barulho, não conseguir
passar a sopa porque ela tem medo do barulho, transito, roupa manchada pelas
bolçadelas, cara sem creme há 2 dias. Vamos esquecer por uns instantes.)