Descobri este blogue e estou a adorar.
Descobri esta música.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Ainda sobre o tempo
E uma grande lição para mim, que acho sempre que o tempo tem
de dar para tudo. Que fico nervosa e desiludida quando não consigo fazer tudo a
que me proponho.
"É-nos dito e repetido que o tempo bem aproveitado é
um contínuo, tendencialmente ininterrupto, que devemos esticar e levar ao
limite. A maioria de nós vive nessa linha de fronteira, em esforçada e
insatisfeita cadência, a desejar, no fundo, que a vida seja o que ela não é:
que as horas do dia sejam mais e maiores, que a noite não adormeça nunca, que
os fins-de-semana cheguem para salvar-nos a face diante de tudo o que fica
adiado. Quantas vezes damos por nós a concordar automaticamente com o lugar
comum: "Precisava que o dia tivesse quarenta e oito horas" ou "precisava
de meses de quarenta dias". Desconfio que não seja isso exatamente que
precisamos. Bastaria, aliás, reparar nos efeitos colaterais das nossas vidas
sobrecarregadas, no que fica para trás, no que deixámos por dizer ou
acompanhar. Sem darmos bem conta, à medida que os picos de atividade se
agigantam, as nossas casas vão se assemelhando a casas devolutas, esvaziadas de
verdadeira presença; a língua que falamos torna-se incompreensível como uma língua
sem falantes no mundo mais próximo; e mesmo que habitemos a mesma geografia e
as mesmas relações, parece que, de repente, isso deixou de ser para nós uma
pátria e tornou-se numa espécie de terra de ninguém.
in O Hipopótamo de Deus
- José Tolentino Mendonça -
A inspiração vem daqui, de um blog que adoro.
quinta-feira, 17 de julho de 2014
Tenho sono. Muito sono.
Eu queria muito ser daquelas que acorda com muito, muito
tempo. Que prepara pequenos-almoços deliciosos (senhores, vejo cada receita de
panquecas, deliciosas, saudáveis, light…). Que tem tempo para dizer bom dia à
luz que entra na cozinha logo pela manhã. Mas não. Pois que não sou. Mas era.
Era daquelas que acordava às 7h sem despertador. Todos os santos dias
(fins-de-semana incluídos). Mas que agora me dá um sono terrível?
À noite é ver-me a fechar os olhos e morrer para o mundo
antes da meia-noite. E de manhã é não querer abrir os olhos e viver para o
mundo antes das 8h. Se me deixassem, ficava até às 9h. Mas tenho de trabalhar.
Pois. Um pequeno detalhe. Vai daí, acordo à pressa e não tenho tempo para
preparar excelentes pequenos-almoços. Fico-me pela caneca de leite de aveia
(frio, adoro leite frio) e misturo uns cereais integrais com sementes de chia e
linhaça. Quando me lembro, solto por cima uns morangos ou kiwi.
Agora que penso nisso, talvez seja porque deixei de tomar
café. Pois.
Por isso, ou passo a deitar-me às 10 da noite, ou então vou
continuar a ir para a cozinha com os olhos pequenos pequenitos.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Village, chickens and warm cakes #2
Cheguei a tomar banho numa bacia de plástico, grande, com água aquecida numa panela na lareira. Cheguei a fazer colares e colares de flores para pendurar ao pescoço ou na cabeça. Cheguei a inventar muitos jogos e brincadeiras para preencher os 3 meses de férias que pareciam 6 naquela aldeia nascida num vale.
terça-feira, 15 de julho de 2014
projecto casa – ideias a ter em conta que isto agora é mesmo a sério | 19
De todas as imagens que encontro e vou colocando aqui, vou apanhando um ou outro detalhe para a nossa casa nova. Uma ideia para a cozinha, umas escadas parecidas, a casa de banho que queremos o mais clean possível. Branco, madeira e luz, muita luz.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
CAFÉ.
Impossível deixar. Impossível não sentir a falta que faz. De
manhã consigo. Depois do almoço nem por isso.
É entre um café quente, um ar condicionado a soprar frio e
uma segunda que ainda bem que já vai na tarde, que escrevinho, e sonho, e
idealizo sempre qualquer coisa.
Soubesse eu desenhar. Sei escrever e fazer listas. É o que
faço.
Penso sempre no 100% português, nesta dedicação à pátria que
me define. Vejo imagens, leio histórias, emociono-me ao ler o sucesso que vão
tendo.
Café. O meu bálsamo de imaginação.
quinta-feira, 10 de julho de 2014
Village, chickens and warm cakes #1
Se eu fosse minimalista, e desprendida das coisas, e
morasse no campo, era assim que me imaginava a viver.
Para quem acha que este estilo de vida é fácil, não é. A sério que não é.
Há sempre muita coisa a fazer, a tratar, animais a alimentar, lenha para apanhar.
Mas que seria da vida sem uma boa dose de trabalho? :)
A inspiração vem daqui.
Para quem acha que este estilo de vida é fácil, não é. A sério que não é.
Há sempre muita coisa a fazer, a tratar, animais a alimentar, lenha para apanhar.
Mas que seria da vida sem uma boa dose de trabalho? :)
A inspiração vem daqui.
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Sexta-feira é dia de prosa e poesia #1
Pegou delicadamente no cigarro com aqueles dedos curtos e escuros
de quem fica morena com um pequeno raio de sol. Colou-se-lhe aos lábios
discretamente pintados de vermelho aquela base castanha clara, aquele início de
cigarro que fica sempre para contar as suas histórias, para ser atirado ao chão
e calcado naquele alpendre com chão de pedra, ou para ser deixado no cinzeiro
de cristal pousado no mesmo sítio há anos. Uma chama apareceu, gasta pelo penúltimo
fósforo daquela caixa de papel comprada em Viena. E logo voltou a desapareceu
sem dar tempo para aquecer a sala. Ou os dedos.
A chuva inundava os vidros da sala e ouvia-se de vez em
quando uma porta a bater. O gato pousou-se-lhe no colo, largou pêlos pretos nas
pernas nuas e frias de quem se sentia bem em andar apenas de robe de seda pela
casa.
Sentada no cadeirão velho de tecido escocês, cruzou a perna
esquerda sobre a direita e fixou o olhar nas gotas de água da janela. Lentamente,
fumou. Foi fumando. Sem pressas, sem pensar em nada, sem sentir o frio que
descia por aquela escadaria de madeira escura. Passou a mão nos frágeis e escuros cabelos
desalinhados de quem acordou e nem se viu ao espelho, e afastou-o, um
pouco apenas. Lentamente, fumou. Foi fumando. Misturavam-se os sons do ronronar
do gato, do vento, da tília do jardim que parecia querer fugir, do silêncio da
sala e do cigarro a acabar-se ou a começar-se.
Ao fundo, num canto da sala dedicado à sétima arte,
conviviam discos em vinil com cd’s, cassetes de vídeo com dvd’s. Levantou-se, o
gato saltou para o parapeito da janela, apertou um pouco o robe, segurou apenas
com os lábios o cigarro e, com as mãos, escolheu, puxou e colocou um disco no
rádio antigo comprado numa feira que não se lembra onde. Riscado, velho,
combinava com o soalho, e o som entrava em cada buraco daquela tábua. Lentamente,
fumou. Foi fumando. Voltou a sentar-se e a sentir a chuva.
O cigarro acabou, e com ele a chuva e a música. Viu um raio
de sol a entrar naquele vidro banhado em água e abriu a porta. Descalça, quis
sentir a chuva no chão de pedra do alpendre. E assim ficou, aquecida pelo sol e
pela felicidade que lhe inundava a alma.
O papel é mais que uma simples folha. É arte que ali nasce.
Escrevo ainda em papel. Escrevi este texto em papel. Gosto do
cheiro do papel, de folhear folha a folha. Gosto da perfeição da letra nas
primeiras páginas.
Sempre fui assim. Era daquelas que passava cadernos a limpo.
Era daquelas com cadernos impecáveis, que por serem assim (e eu ser assim) me
custava emprestar só com medo que mos estragassem. Também não gostava de pedir
emprestado, pois achava tudo uma “gatafunhice”. E talvez por isso, nunca tenha
faltado às aulas. Nem mesmo quando me deitava às 6h para acordar às 7h.
Adiante.
Sempre tive uma forte relação com “o compromisso”. Por
educação e por feitio, julgo eu. Muitas vezes deixei de me divertir tanto
quanto gostaria pois pairava no ar as palavras da minha mãe quando, antes de
sair para a escola, ou durante as refeições, me dizia: “minha menina, a escola
é para estudar. Tu porta-te sempre bem”. E eu estudava, e portava. Depois,
depois quis o destino que eu passasse a minha vida académica no Porto e aí as
coisas puderam ter um bocadinho mais de folga. Na verdade, o meu espírito livre
e aventureiro viu nesta mudança para a grande cidade a sua grande vontade de
crescer, arriscar, aprender. A oportunidade de ser mais eu, de cair e voltar a
levantar. De perceber como as pessoas eram feitas.
A minha personalidade moldou-se, foi-se moldando. Consegui manter
o espírito livre de quem corre descalça e sem medos no campo, pisando a terra e
fazendo muito pó para quem vem atrás; o respeito pelas pessoas da terra, de mãos
sujas e ásperas, com unhas da cor do chão. Consegui transportar para a cidade a
liberdade da menina da aldeia, sem medo de nada, sem bloqueios. Mas consegui
também aprender a ser mulher, a ter etiquetas, a desenrascar-me em tudo quanto
era sítio e situação. Como tinha muito tempo livre entre a última aula e a
próxima camioneta, vagueava pelo Porto, metia-me nas bibliotecas, observava as
pessoas na rua. Tinha tempo e mais que tempo para sonhar.
Sophia de Mello Breyner Andresen afirmava que a sua poesia lhe acontecia,
como a Fernando Pessoa que dizia: «Aconteceu-me um
poema». A mim, a vida foi-me acontecendo, sem que eu forçasse nada para tal
feito. Foi-me ensinando e espero que continue a ensinar. Porque na verdade continuo
a ser aquela menina da aldeia que sobrevoava as gentes do Porto e as estantes
de livros da Biblioteca Municipal.
quinta-feira, 3 de julho de 2014
andar numa correria neste verão que não começou quente
Acordar às 7h, 7h15.
Dias muito, muito preenchidos e por vezes compridos.
Casa já quase na 2ª laje.
Decisões ainda por tomar em alguns pormenores de decoração que são já cruciais nesta fase.
Férias, praia, bolas de berlim, só daqui a cerca de 1 mês.
Mas a agenda anda organizada como deve de ser. E isso deixa-me tranquila.
Andamos bem. Muito trabalho mas felizes. Muito felizes!
Dias muito, muito preenchidos e por vezes compridos.
Casa já quase na 2ª laje.
Decisões ainda por tomar em alguns pormenores de decoração que são já cruciais nesta fase.
Férias, praia, bolas de berlim, só daqui a cerca de 1 mês.
Mas a agenda anda organizada como deve de ser. E isso deixa-me tranquila.
Andamos bem. Muito trabalho mas felizes. Muito felizes!
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