A cesariana foi marcada para o dia 8 de Fevereiro. Às 8h da manhã desse dia chegamos ao Hospital de S. João. De malas na mão, Sofia deixada na avó também com a sua mala, tudo preparado, tudo alinhavado. O médico apareceu e chamou-me. Pediu desculpa, disse que me tinha tentado ligar várias vezes (ligaram para casa da minha mãe, para o telefone fixo, ninguém ouviu), para me avisar que a cesariana tinha sido remarcada para o dia 9. Surgiram situações mais complicadas que a minha (a minha não era nada de especial, já conto) e, por esse motivo, tinha sido adiada.
Chorei. Estava tão convencida que iria ser naquele dia, fiz todos os planos, organizei tudo para conhecer o menino no dia 8. Mas, e acredito que o destino assim o mandou, não iria ser.
Falando do parto marcado, a decisão de uma cesariana partiu do médico, uma vez que eu tinha tido uma cesariana há menos de 2 anos. Eu gostava mesmo, mesmo muito que fosse parto normal. Gostava que ele escolhesse o dia para nascer. Que a natureza comandasse esta missão tão maravilhosa. Obviamente que não me foi imposto, e eu poderia ter optado por parto normal. Mas o que fazer? Uma pessoa não quer que nada de mau lhes aconteça, não é? A eles e a nós, porque havia um risco de ruptura de placenta por causa da cicatriz recente.
Bom, falando do dia 8. O que iríamos nós fazer o resto do dia? Fomos passear e ao cinema, ver o La La Land. Bom filme para um dia como aquele. Estivemos juntos, só os dois, a aproveitar o último dia da gravidez. Foi um dia bom, muito bom. Calmo.
E voltamos a casa para dormir e novamente acordar às 7 da manhã. E voltamos ao hospital no dia 9, manhã bem cedo, fria, de chuva. E chamaram-me às 9h para começar a preparação. Avisaram logo que a previsão seria mais próxima da hora de almoço. Sentada, com soro de um lado e a companhia do meu marido do outro, aguardamos, pacientemente, a nossa hora.
Às 13h42 nasceu o nosso menino. E eu voltei a ser mãe. E ele voltou a ser pai. E a natureza cumpriu a sua missão, nesse dia 9.