Agora que estou grávida, e apesar de ainda não ser mãe a
sério, começo já a pensar e interiorizar que o papel de pais vai desde o muito
desafiante ao preocupante.
Agora que estou grávida, imagino que educar um filho não
será fácil. Transmitir-lhe tudo aquilo que temos, que somos, que nos ensinaram
e que queremos para ele, ou ela, vai ser uma tarefa para a vida.
O mais importante para mim é que seja uma criança feliz.
Porque quando somos felizes, tudo se torna mais fácil.
A minha infância foi assim mesmo, feliz. Fui criança a
sério. A imaginação tratou de arranjar tudo aquilo que não tive. Nunca tive uma
Barbie, um Nenuco, uma casa de bonecas. A primeira bicicleta era azul, bem de
rapaz, velha, e foi dada por uns tios. No Natal recebia um presente. Um.
Durante o resto do ano, divertia-me na rua, com muitas crianças, muito barulho,
muita traquinice.
E apesar de não ter recebido muitos brinquedos (e achar que
agora até se recebem brinquedos a mais), nunca isso foi um entrave para a
felicidade de ser criança. Recordo, com saudade e nostalgia, todos os momentos
que vivi naquela aldeia assente num vale. Os meus pais, à maneira deles,
deram-me a liberdade que eu necessitava para “viajar” no meu mundo.
Ensinaram-me palavras tão importantes como respeito, dever, obrigação, estudo,
dedicação. E eu agradeço-lhes por tudo aquilo que sou hoje. Porque mais
importante que o dinheiro ou bens materiais foi a capacidade que me passaram de
ser uma mulher valente, destemida, que não desiste de ser feliz e fazer os
outros felizes.
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