Falhamos mais vezes do que aquelas que queríamos. Imaginamos
uma vida perfeita e, no decorrer dos dias, constatamos que não é possível ser
sempre tudo perfeito, como idealizamos.
Falhar não significa o fim. Falhar significa o recomeço.
Significa que tentamos, que deitamos os pés ao caminho, que insistimos.
Hoje de manhã não tive tempo de tomar banho. Não tive,
pronto. Ela acordou às 5 ou 6 da manhã, não sei bem porque tenho o despertador
avariado. Fui buscá-la e, na loucura de sono, frio e cansaço trouxe-a para o
nosso meio. Caso contrário, teria de me levantar mais 2 ou 3 vezes até às 7. Adormeceu,
claro está. Cheiro da mãe, mão protectora do pai, calor dos nossos lençóis. Não
está certo, eu sei, mas o que querem que faça? Acordamos quase às 8 (tarde,
para quem tem de entrar às 9). Dei-lhe o biberão ao fim de 10 minutos de
gritaria. Porque agora é um filme para beber o leite e, para desgosto desta mãe,
não quer a mama nem tão pouco o leite da mama no biberão. Consegui que bebesse
o artificial, o biberão inteirinho. Bom, tomei o pequeno-almoço (engoli sem
pensar muito). Vesti-me, sem pensar muito na roupa. Vesti-a, com a roupa toda
pensada de véspera. Saímos de casa às 8h55. Ainda a fui deixar na avó e cheguei
às 9h27. No café que tomo de manhã, sozinha, olho para um espelho que insiste
em não me tirar a vista de cima. Reparo nas rugas, nas olheiras, no cabelo
pouco penteado e na roupa pouco pensada. Não ligo. Deixei de ligar a essas
coisas, até porque nem todos os dias são assim. Desdramatizo.
Não sou a mãe perfeita, se é que as há, nem sou a mulher perfeita,
se é que existem. Sou normal. E dentro das pessoas normais julgo que me encaixo
nas positivistas. Valha-nos isso.
E sim, logo já tomo um duche bem quente depois da aula de
Bike que o meu marido me vai obrigar a ir enquanto dá comida à pequena e a
deita. Valha-nos isso.
4 comentários:
Há manhãs mesmo assim :) Leio o teu post com o carinho e a empatia de saber que é mesmo como dizes. Só não compreendo o teu nº 7 -para mim não há nada de errado em uma bébe adormecer no cheiro da sua mãe, sob a mão protectora do seu pai... Sei que o co-sleeping é um assunto muito polémico, e não quero vir aqui dizer que uma coisa está certa e outra está errada - cada mae e cada pai devem fazer o que sentem melhor para a sua familia. Mas quero partilhar a minha experiência de que não tem de ser sim ou sopas, que pode haver um meio termo. Muitas vezes ouvi que se pusesse o meu filho a dormir comnosco, nunca mais o iria tirar da nossa cama, como se fosse uma verdade absoluta, uma sentença de morte. Não é. Não foi para nós e não tem de ser para vós! Um beijinho e um Bom 2016
Cristiana, de facto não há nada de errado, e a prova disso é que a enfio lá sempre, naquele meio onde ela faz também parte! Desejo-vos também um excelente 2016, com tudo aquilo que desejais e mais um pouco ;)
andorinha podia ter escrito isto tantas e tantas vezes. No meio do caos aparentemente imperfeito consigo ver agora que isto é a perfeição dos dias de mãe.
beijinho e votos de um feliz 2016.
Ser mãe é assim. Acaba tudo por se organizar.
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