quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

alicerces da vida

Não tenho a ilusão de ser feliz todos os dias, a toda a hora, permanentemente. Mas desejo tornar os nossos dias um bocadinho melhores, mais felizes e um bocadinho mais bonitos. Nem sempre consigo e nem sempre aquele raio de sol consegue trespassar a nuvem. Mas pelo menos vou tentando.
O compromisso que repito para mim todos os dias é o de não deixar de acreditar, de ter a certeza que depois dos dias menos bons vêm dias incrivelmente melhores. É ter a certeza que aconteça o que acontecer o nosso amor estará lá, naquele lugar protegido de tudo, onde só cabe e se aguenta um grande amor.
Aprendo a levantar-me todos os dias com uma atitude um bocadinho mais positiva. A encarar as dificuldades com o peito aberto. E se, de vez em quando, essa atitude não aparece, eu tento encontrar conforto na certeza das nossas decisões.
Dou graças pelo dia em que as nossas vidas se cruzaram, naquela noite fria de Dezembro, na cidade dos arcebispos. Dou graças pelo sentido que temos tentado dar às coisas, pela paz que tentamos ter nos momentos de maior ansiedade. Pelas dúvidas que deram lugar a certezas.
A minha serenidade consegue-me quando sinto que nada consegue abalar isso.
Assim como numa casa em que os alicerces têm de ser sólidos e firmes, também numa relação isso deve ser construído para que, independentemente das tempestades, dias maus, chuva ou trovoada, o amor prevaleça e a segurança nos faça sentir que vale a pena. Que o caminho que estamos a trilhar vale mesmo a pena.
 
 

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

turbilhões

Quando era miúda, pequenina mesmo, colocava uma almofada na barriga, debaixo da camisola, e ficava a contemplar-me ao espelho. Pensava que um dia teria uma barriga de grávida a sério. Vieram os meus primos e consegui ser uma espécie de mãe para eles. Diziam os meus tios que eu tinha nascido para lidar com as crianças e, no fundo, eu sentia e sinto que é no meio das crianças que me sinto bem.
Agora chegou a minha vez. Agora é a sério e serei mãe a sério.
O maior presente de Natal que alguma vez imaginei é este. De valor infindável, de amor sem igual, de incerteza sobre o que se passará daqui a 2 meses.
Passa tudo muito rápido. A vida passa-nos entre os dedos. A agenda é folheada vezes sem conta, sempre com pontos por fazer, pontos feitos, ideias, sugestões, to do lists. Não consigo viver sem esta organização, que se por um lado é essencial para a minha vida, por outro não deixa de me criar ansiedade em querer fechar tudo, no tempo certo.
São muitas coisas a acontecer ao mesmo tempo. São muitas emoções para gerir, decisões para tomar, contas para fazer, despesas ainda a gastar.
É neste turbilhão que a nossa vida está mas nem por isso deixo de andar sossegada e feliz.
 
Fotografias de um sábado no Porto. Quase 29 semanas...
 


 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Cartas à Sofia #3

28 semanas. Hoje faz 28 semanas. Mexes-te muito, principalmente à noite ou quando o pai me coloca a mão na barriga. Continuas a deixar-me dormir a noite toda, o que só é bom. Já sinto algumas dificuldades em me mover na cama, por isso, quando me deito para a esquerda, aí permaneço até de manhã.
Já li os livros todos (uns 10) e agora esperamos por ti. Já temos umas gavetas cheias de roupa linda para te vestir. De casaquinhos de lã feitos pelas mãos da avó, de imensas fraldas bordadas e personalizadas pela tia, de mantas, quentinhas, quentinhas, de lençóis que eram da cama da avó e foram bordados pela bisavó.
Continuas a ser uma menina doce, de certeza que serás doce. Tens dado uma gravidez de sonho à tua mãe que nada tem para se queixar.
O curso de mandarim já acabou. O teu pai continua muito preocupado com a casa que estamos a construir. O tempo está frio, muito frio. Já fizemos a árvore de natal e tens uma meia dedicada a ti. Para o ano teremos o teu sorriso quando ligarmos as luzinhas de Natal.
O ninho que estamos a preparar para ti está quase completo. Faltam umas pequenas coisas, nada de mais. Só faltas mesmo tu.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Do que a vida nos vai trazendo

Se me dissessem, há 4 anos atrás, tudo aquilo que agora tenho/consegui/estou a viver, não acreditava.
Porque nestes 1460 dias tanta, mas tanta coisa aconteceu, que por vezes confundo a realidade com o sonho.
Conhecemo-nos. Namoramos. Viajamos. Conhecemos sítios novos. Conhecemo-nos cada dia mais um bocadinho. Casamos. Fomos viver juntos. Decidimos que queríamos construir uma casa, da mesma raiz que nascem as árvores. Começamos a construir. Decidimos que queríamos ter um filho. A Sofia vem a caminho.
2015 será, mais uma vez, um grande ano. Nascimento da menina. Mudanças para a casa nova. Uma vida a 3.
Há 4 anos atrás eramos já crescidos, é verdade, mas mais miúdos. Crescemos, muito. A vida tem-nos colocado equações que tentamos todos os dias resolver. E resolvemos.
O que dá verdadeiramente sentido à vida são estas questões. É aquele olhar que acaricia. É aquela palavra que reconforta. É aquele beijo que aquece. É aquela mão que nos descansa. É saber que só assim a vida corre com um sentido, numa marcha que se quer por vezes lenta outras vezes rápida. Nem sempre o rio tem a limpidez para espelhar o céu azul e nem sempre as margens suportam as adversidades de um dia de tempestade, margens que transbordam e água que sai do seu trajecto. Mas com paciência e uma boa dose de compreensão, tudo pára, tudo sossega e o rio baixa o seu caudal.
São as certezas das decisões que tomamos/estamos a tomar que nos permitem dizer, com a alma cheia e o olhar sincero, que somos felizes.