sexta-feira, 7 de março de 2014

“O compromisso multiplica por dois as obrigações familiares e todos os compromissos sociais”…

…já dizia Simone de Beauvoir.
E a propósito do dia da mulher que se aproxima, e da entrega de postais sob o tema liberdade da mulher por parte da comissão de trabalhadores, gerou-se uma conversa mais ou menos acesa numa sala onde predomina o sexo feminino. Pois diziam as minhas caras colegas de trabalho, que a mulher de hoje não tem liberdade nenhuma; que são umas escravas do trabalho e da casa; que são elas que tomam todas as decisões pois os maridos são uns totós (sim, foi mesmo totós que lhes chamaram). Eu fiquei atenta a ouvir, sem quase nunca intervir, pois não tenho jeito para intervenções, infelizmente. Mas, se a minha boca conseguisse dizer o que o meu coração sente, diria que não concordo com esta ideia tão desajustada e vincadamente defendida. Sei que exigem muito de nós, é verdade. Mas também sei que cada vez exigimos mais dos homens. Porque eles têm de saber cozinhar; têm de aspirar na perfeição; têm de saber lidar com as crianças; serem bons amantes; serem bons maridos; serem o ombro amigo naqueles dias que estamos em baixo.
Devemos deixá-los respirar assim como nós precisamos de respirar. Devemos respeitar o espaço de cada um. Todos temos obrigações, é certo, e eles devem bem saber quais são as deles. Mas talvez por ter crescido numa família mais tradicional, tenho os papéis de cada um bem estruturados e divididos. Os meus pais entendem-se na perfeição porque cada um tem a sua tarefa.
E quando assim é, as coisas funcionam e têm tudo para dar certo.


1 comentário:

Raquel Caldevilla disse...

Este é um assunto que me incomoda. Incomoda verdadeiramente porque acho que uma mulher para ser realmente uma "super-mulher" e "de tomates" tem de saber estar, saber ser, saber sentir. Porque é fácil apontarmos o dedo àqueles que não nos respeitam, mas, lá mesmo no fundo, só podemos ser respeitadas se nós mesmas nos respeitarmos. E acho que esse é o problema maior. Pedimos demasiado aos homens, reclamamos coisas e não sabemos olhar para o nosso umbigo. É duro e é triste perceber essa ignorância.

Por isso (e depois deste testamento enorme) concordo em absoluto contigo. :)