Estava no 12º ano. Estudava para os exames nacionais e tinhas aspirações de entrar na faculdade nesse ano, tinha eu 17 anos (entrei com 5 na escola).
O tempo era dividido entre alemão, português e inglês. O calor levava-me a ir várias vezes à cozinha beber água. E, quando ía, olhava pela janela e parecia que via o mundo a destilar. Imaginava que estava na praia, que viajava para um país qualquer de mochila às costas, que tinha amigos e amigas e, juntos e de guitarra às costas, ficávamos na praia até ao pôr-do-sol. Depois, depois regressava aos estudos, que é para não dizer “à terra”.
Quando estudava, afincadamente porque queria ter boa média, só imaginava que em Setembro estaria a viver em Coimbra, ou em Lisboa, ou na Covilhã, ou em Braga. Era para longe que iria concorrer, porque queria ter a experiência de viver fora de casa.
Pois quis o destino que eu entrasse no Porto. Pois. Em casa.
Lembrei-me disto porque estava a vaguear pelo Youtube, e a ouvir isto, que era basicamente o que eu ouvia naquelas tardes e noites quentes de 1997.
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