terça-feira, 15 de abril de 2014

Aquele dia, aquela noite, aquelas noites e os dias seguintes


Aquele dia, aquela noite, aquelas noites e os dias seguintes, foram um sonho que jamais pensei viver.
Conhecer-te, assim no acaso da vida, assim sem contar nem estar a pensar, assim de repente.
Foste uma estrela cadente num céu limpo e raiado de luz . Um arco-íris numa tarde à semana depois da chuva cair na terra com cheiro a seca. Um cometa a passar tão perto da terra que me levou com ele numa viagem pelo espaço. Um balão cheio de ar quente para o qual quis subir sem saber para onde me levava.
Sorriste para mim. Caminhamos os dois com a noite a ameaçar chuva e a temperatura do relógio da farmácia a marcar -5 graus.
Sorri para ti. Trocamos nomes, terras, profissões, trabalho, gostos. Dançamos, mesmo não gostando de dançar ou não sabendo dançar. Dançamos e esquecemos tudo o resto à nossa volta. Juntamos as mãos; abraçamos os corpos; olhamos e vimos e interior de cada um; demos gargalhadas; pisamos os pés um do outro; rodamos e bailamos na pista ao som de músicas que nem me lembro; falamos ao ouvido; trocamos olhares cúmplices, sem nunca tocarmos os lábios.
Depois disso, bem, depois disso foi viver cada dia da forma mais descontraída, calma e romântica quanto se quer. Foi viajarmos, fazermos planos, prepararmos o futuro, dizermos sim. Foi aprender que cada dia é especial, que às vezes há dias que não são tão bons e que vale sempre a pena esperar, tentar e nunca desistir de ser feliz.
Das muitas músicas que dançamos naquela noite, lembro-me só desta, que dizia: “Faz-me rir e eu prometo que não te faço chorar, trata bem de mim e eu bem de ti vou tratar”.
Aquele dia, aquela noite, aquelas noites e os dias seguintes são um sonho que continuo a viver.


imagem daqui